Temos de o admitir. Este é realmente é o A juventude do Papa. Estes miúdos "z", tiktokers, Instagramers..., os que não fazem chamadas telefónicas e comunicam por emojis, os que consideram La Oreja de Van Gogh e os BackStreet Boys música clássica, são os que encheram, às centenas de milhares e até mais de um milhão, a esplanada de Tor Vergata numa Jubileu com um toque de JMJ.
E temos de admitir que, sim, são melhores do que a geração anterior. Porque estes jovens que registam todos os passos para Tor Vergata forjaram a sua fé sem o pressuposto húmus O cristianismo dos seus pais e avós. Receberam mais terra queimada do que qualquer outra coisa e fizeram, a partir dessas cinzas, um solo fértil para um novo renascimento cristão, autêntico, pessoal, que quer falar com Cristo de coração a coração.
Ninguém obrigou estes rapazes e raparigas a irem à missa, a confessarem-se de joelhos, a comungarem com devoção... De facto, muitos dos pais daqueles que todas as semanas enchem as ruas de Roma e as paróquias das suas cidades estão entre os católicos convencionais dos casamentos, baptizados e comunhões.
São os filhos empenhados de famílias "não praticantes" que invertem a narrativa banal de que "a igreja é um jogo da velha".
O futuro não é esperançoso, o presente sim. O presente de uma adoração ao Santíssimo Sacramento em que se ouvia a respiração dos jornalistas e se vislumbravam as lágrimas de um Leão XIV emocionado. O presente de uma missa em que o Papa convidou os jovens a "aspirar à santidade". O presente de centenas de sacerdotes ocupados a confessar, a falar e a restaurar corações.
O fruto deste Jubileu da Esperança foi a materialização desta virtude cardeal naquelas centenas de milhares de jovens que, pegando no testemunho de muitos outros, chegam a casa nestes dias cansados, talvez não muito limpos, mas com o fogo apostólico de um novo Pentecostes.
Diretora da Omnes. Licenciada em Comunicação, com mais de 15 anos de experiência em comunicação eclesial. Colaborou em meios como o COPE e a RNE.