Vinte e quatro horas na vida de uma mulher

Como diz Stefan Zweig, autor de "24 Horas na Vida de uma Mulher", um pequeno romance que nos agarra desde o primeiro minuto: "O mundo pode ser cruel, mas haverá sempre pessoas prontas a ajudar e a confortar-nos".

20 de junho de 2025-Tempo de leitura: 2 acta
Monte Carlo

Casino de Monte Carlo (Wikimedia Commons)

Gostaria de recomendar um livro que pode ser lido numa tarde. O seu título é "Vinte e quatro horas na vida de uma mulher"e foi um bestseller há quase cem anos. Com o tempo, tornou-se um clássico. Conta uma história dentro de uma história, com uma estrutura narrativa conhecida como história de enquadramento.

Escândalo e crítica

O livro começa num hotel onde os hóspedes falam sobre o que aconteceu nesse dia: uma senhora, que estava hospedada com eles, acabou de deixar o marido e está agora no hotel. crianças para sair com um belo rapaz que andava a passear há alguns dias e que não tinha passado despercebido. As conversas giram em torno do caso e todos, em estado de choque, criticam a decisão da mulher, considerando que os seus actos são repreensíveis e que nada de bom poderá vir a acontecer no futuro.

Apenas um cavalheiro não é duro com ela e comenta a decisão com indulgência. A Sra. C., de sessenta e quatro anos, ao ouvir a sua opinião sem juízos de valor, sente-se obrigada a escolhê-lo como seu confidente. É, aparentemente, uma senhora idosa, elegante e com uma reputação impecável.

A Sra. C. tem uma pedra pesada no coração que sente a necessidade de atirar para o vazio: desabafa com ele, sozinha, no dia seguinte. Nesse momento, conta-lhe um episódio ocorrido 20 anos antes em Monte Carlo, do qual se arrepende profundamente e que nunca contou a ninguém. A certa altura, diz que gostaria de se tornar católica para se poder confessar, porque num só dia fez algo pelo qual se julga todos os dias.

Pessoas dispostas a ajudar

O romance tem muitos pontos de reflexão, mas há um que me cativou: a necessidade imperiosa que nós, pessoas, temos de nos desabafar com quem não nos julga. Por isso, damos muitas vezes por nós a contar a nossa vida a um perfeito desconhecido que não quer saber de nós. 

Como diz Stefan Zweig, autor deste pequeno romance que nos agarra desde o primeiro minuto: "O mundo pode ser cruel, mas haverá sempre pessoas dispostas a ajudar-nos e a confortar-nos". 

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