Vocações

Jean Ramazani Mukwanga: "O futuro da Igreja no Congo está cheio de esperança".

Jean Ramazani Mukwanga é um padre da República Democrática do Congo que está a estudar Direito Canónico na Universidade Pontifícia da Santa Cruz graças à Fundação CARF.

Espaço patrocinado-10 de julho de 2025-Tempo de leitura: 3 acta

Jean Ramazani Mukwanga nasceu em Sama (República Democrática do Congo) a 2 de outubro de 1992. Oriundo de uma família de nove filhos, foi ordenado sacerdote a 5 de junho de 2022. Estuda Direito Canónico na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, estando atualmente no terceiro ano de estudos. Atualmente, frequenta o Colégio Sacerdotal Tiberino. 

Como é que descobriu a sua vocação para o sacerdócio? 

-Descobri a minha vocação logo após o meu batismo, aos 12 anos, ou seja, em 2005. Fui batizado como adulto, porque os meus pais ainda não tinham contraído um matrimónio religioso. Naquela altura, na diocese de Kindu, uma criança não podia ser baptizada se os seus pais não fossem casados religiosamente. Logo após o batismo, juntei-me ao grupo de acólitos e, passado um mês, comecei a servir no altar durante a Missa. Ao sentar-me ao lado dos padres e ao servir na missa, senti um grande desejo de ser padre. Esse foi o maior ponto de viragem na minha história vocacional e, passado um ano, inscrevi-me no grupo vocacional e, em 2006 e 2007, entrei no seminário menor. 

Qual foi a reação da tua família e dos teus amigos quando lhes disseste que querias ser padre? 

No início, os meus pais não queriam ouvir-me dizer que ia ser padre. Perante a atitude deles, fiquei zangado e não quis comer nem falar com eles durante três dias. Quando viram a minha reação, aceitaram a minha ida para o seminário menor. Quanto aos meus amigos, alguns estavam contentes, outros não queriam que eu fosse padre. 

Como descreveria a Igreja no seu país? 

-A República Democrática do Congo é um dos países africanos com maior população cristã. Cerca de 80-90 % da população afirma-se cristã, dividida principalmente entre católicos romanos (~50 %), protestantes (Église du Christ au Congo - ECC) (~20 %), igrejas de renovação (pentecostais, evangélicas, etc.) (~10-15 %) e outros grupos cristãos (como as Testemunhas de Jeová, ortodoxos, etc.). 

Quais são os desafios que a Igreja enfrenta no seu país? 

-São várias. Falta de recursos, pois há poucos meios financeiros para sustentar as paróquias, as escolas e as obras sociais; insegurança e conflitos, pois em certas regiões (sobretudo no Leste) a violência dificulta o trabalho pastoral. Com a pobreza generalizada, a Igreja tem muitas vezes de colmatar as carências do Estado (educação, saúde, etc.). Há também a falta de padres e de religiosos, sobretudo nas zonas rurais, onde algumas comunidades não têm um acompanhamento espiritual regular. Há também a corrupção e a pressão política, pois a Igreja é por vezes ameaçada quando denuncia as injustiças. Por fim, há os desafios da formação, há uma grande necessidade de reforçar a formação dos leigos, dos catequistas e dos futuros sacerdotes. 

Como vê o futuro da Igreja no seu país? 

-O futuro da Igreja na República Democrática do Congo está cheio de esperança, apesar dos muitos desafios. O seu futuro depende da juventude cristã empenhada, do crescimento das vocações, da proximidade aos pobres, de uma formação sólida e da coragem profética perante a injustiça. 

O que é que mais aprecia na sua formação em Roma? 

-O que mais aprecio na minha formação em Roma é o cuidado com que a Pontifícia Universidade da Santa Cruz me ensina, não só intelectualmente, mas também espiritualmente e humanamente. 

Como é que a sua vocação de padre o ajuda no seu trabalho pastoral? Como é que a sua formação através da Fundação CARF o ajuda no seu trabalho pastoral? 

-A minha vocação de padre é hoje um chamamento para servir o povo de Deus com humildade, alegria e esperança. Graças ao Fundação CARFRecebi uma sólida formação intelectual, espiritual e humana num ambiente eclesial universal. E isso pode ajudar-me a servir melhor a Igreja no meu país, com competência, amor e fidelidade. Estou grato por esta oportunidade, que me torna um trabalhador mais preparado na messe do Senhor.

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