Vocações

São Tarcísio, um santo determinante para as vocações

Hoje, 15 de agosto, a Igreja recorda São Tarcísio, jovem mártir e padroeiro dos acólitos, cuja festa é ofuscada pela solenidade da Assunção.

Javier García Herrería-15 de agosto de 2025-Tempo de leitura: 2 acta
Tarsício

Escultura de São Tarcísio, de Alexandre Falguière. ©Wikipedia Commons

Hoje a Igreja celebra a solenidade da Assunção da Virgem Maria, mas outro nome também aparece no calendário: São Tarcísio, um jovem mártir romano e padroeiro dos acólitos. A sua memória, no entanto, passa quase despercebida porque coincide com uma das mais importantes festas marianas do ano.

Um jovem que deu a sua vida pela Eucaristia

A história de São Tarcísio remonta ao século III, na altura das perseguições contra os cristãos em Roma. Ainda menino e acólito, foi encarregado de levar a Eucaristia aos presos condenados pela sua fé. No caminho, um grupo interceptou-o e, descobrindo que ele estava a proteger algo sagrado, tentou roubar-lhe o porta-viático. Tarcísio resistiu com todas as suas forças para impedir que as Sagradas Formas fossem profanadas, e esta defesa custou-lhe a vida.

Há dois anos, foi publicado um romance sobre a vida do santo com o título Tarsício e os leões. Esta é uma daquelas histórias apresentadas como leitura para crianças, mas que na realidade se destina a ser apreciada por crianças mais velhas. O autor, Ramón Díaz, apresenta Tarsicio como um rapaz normal, divertido e piedoso, que gosta dos seus amigos e se esforça por perdoar aos seus companheiros pagãos que gozam com a sua fé. Um cristão que vive sem complexos no meio de um ambiente hostil, onde receber a Eucaristia implica correr riscos.

Padroeiro dos acólitos, sementeira de vocações

Pela sua fidelidade e serviço junto ao altar, São Tarcísio foi proclamado padroeiro dos acólitos. O seu exemplo mostra que ajudar na missa não é uma tarefa servil, mas um serviço a Deus e à comunidade. A imagem do jovem que guarda com zelo o tesouro da Eucaristia inspira crianças e adolescentes que, a partir do presbitério, vivem de perto a liturgia.

Para além do seu papel na Missa, ser acólito é um verdadeiro "viveiro" de vocações sacerdotais. Um estudo recente do Center for Applied Research in the Apostolate (CARA), em colaboração com os bispos americanos, revela que 73% dos 405 rapazes que se espera que sejam ordenados padres em 2025 foram acólitos em criança.

Estes dados confirmam uma tendência que a Igreja conhece há séculos: o contacto estreito com a liturgia e o serviço do altar ajudam a germinar as vocações. A Igreja tem muito a ganhar com o cuidado das escolas de acólitos nas paróquias, porque é aí que se ensina não só o serviço do altar, mas também se forma o coração e a fé dos mais novos. Este espaço de acompanhamento e amizade com o padre e com outros jovens cria um vínculo vivo com a liturgia, desperta o amor pela Eucaristia e, como mostram os dados, pode ser a semente de numerosas vocações sacerdotais. Negligenciá-lo seria perder uma oportunidade privilegiada de semear o futuro da Igreja.

Embora a Assunção de Maria seja hoje o centro das atenções litúrgicas, o exemplo de São Tarcísio continua vivo. A sua vida é uma recordação de que a dedicação e o serviço, mesmo na juventude, podem ser de grande valor.

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