Evangelização

Santa Maria Madalena, com os olhos banhados em lágrimas

"Maria estava do lado de fora, chorando junto ao sepulcro", conta São João no seu Evangelho. Santa Maria Madalena, cuja festa é celebrada a 22 de julho, é um exemplo de arrependimento, de amor a Jesus. Foi testemunha da sua crucifixão, morte e ressurreição. Junto do túmulo, dois anjos perguntaram-lhe: "Mulher, porque choras?

Mauro Leonardi-22 de julho de 2025-Tempo de leitura: 2 acta
Santa Maria Madalena.

Santa María Magdalena, padroeira de Arahal (Sevilha) (ManuelGarciaDes, Creative commons, Wikimedia commons).

Durante o Jubileu da Misericórdia, a Congregação para o Culto Divino, por indicação do Papa Francisco, fez da memória de Santa Maria Madalena, que o Papa definiu como discípula "ao serviço da Igreja nascente", uma "festa".

A brilhante definição do Bispo de Roma deve-se ao que o Evangelho nos diz. É ela quem primeiro vê Cristo, é ela que, passando da tristeza das lágrimas à alegria, é chamada pelo nome por Jesus e o anuncia aos apóstolos.

A graça das lágrimas

No dia 2 de abril, terça-feira depois da Páscoa de 2013, o Papa Francisco, falando precisamente sobre o tema Maria MadalenaEle tinha dito: "Por vezes, na nossa vida, os óculos para ver Jesus são as lágrimas". "Diante da Madalena que chora, também nós podemos pedir ao Senhor a graça das lágrimas. É uma bela graça...". "Choramos por tudo: pelo bem, pelos nossos pecados, pelas graças, e também pela alegria. O choro prepara-nos para ver Jesus".

"E que o Senhor nos dê a todos a graça de podermos dizer com a nossa vida: Eu vi o Senhor, não porque me apareceu, mas porque o vi no meu coração.

Os olhos que o anunciam

Para um sacerdote com uma atividade pastoral intensa, não é fácil sentir a dor daqueles que se dirigem à paróquia. Os funerais, os casamentos, os baptizados, as notícias de luto, de desemprego, de tensões, sucedem-se. E chegam ao coração do padre de forma tumultuosa, uma após a outra, forçando uma alternância emocional que, por vezes, leva o padre a proteger-se atrás de uma aparente indiferença.

Os olhos de Maria MadalenaAs lágrimas de um padre, banhado em lágrimas por encontrar um túmulo vazio, podem tornar-se as de um padre que, depois de encontrar Cristo, não pára de o olhar e é o primeiro a anunciá-lo aos apóstolos incrédulos.

O autorMauro Leonardi

Sacerdote e escritor

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